sábado, 21 de setembro de 2013

MINHA POESIA ( crônica )

            

                Ando pela rua  sem me identificar com o que vejo , penso na minha poesia, poesia? Sim, na poesia porque sonho, porque vivo, porque gosto e ela torna meu mundo mais bonito, minha vida mais leve e me faz escrever, respirar e amar... O que espero? Não sei. Inquietações sempre me atormentam.. Quando vejo a poeira se abrandar no fundo do pote, inseguranças e incertezas vêm revolvendo a água e começa tudo novamente. Sorrio, afundo na água azul, vejo o fundo azul e descanso sozinha.

                Às vezes me canso de tanto caminhar, caminhar pra quê? Pra continuar vivendo. Mais um dia se foi. Mais uma história contada. Mais uma história vivida. E as minhas verdades? Meus desejos onde ficam? A poesia me consome, eu me perco em delírios, quase me desespero, mas é nela que eu me encontro, é  nas flores que conversam comigo, nos passos que respondem ao meu chamado, na vida que quero viver ou morrer.

               É complicado... escrever certinho para o mundo apreciar, escrever erradinho para desabafar, escrever erradinho para ousar. Respiro, espero o tempo passar, lentamente... mudanças me fizeram mudar... redundâncias...  lutas  me fizeram lutar, e eu quero amar, poetar, é assim que me vejo, eternamente amar. A quem? O quê? Onde? Por quê? Não sei. Só sei que reaprender é difícil, reviver é difícil, reaprender amar é difícil e este canto de palavras sentadas no papel é o que me resta do mundo, na mudança da vida.

               Choro. Choro sim porque é assim que sou verdadeira, meu sentimento fica  tão à vontade que nem pede licença a mim para se expressar. Palavras verdades, palavras banais. A poesia está  em mim até quando sou realista. Amo escrever, amo pensar, amo viver a palavra, meu encanto, meu sorriso, minha arte. Penso: o que será do meu amanhã quando estiver velhinha? Tenho medo da dor, não tenho medo da ruga, tenho medo do falso amor, tenho medo de viver num mundo falso. Mas o amanhã virá. Minha poesia continuará? Alguém chegará e entenderá meu poema? Sentirá comigo a mesma poesia? Sorrio mas tenho medo de enlouquecer, tornei-me  incrédula... Saudades tenho de quando brincava no barro mas eu cresci.

             Penso por qual razão a mentira está no mundo e dentro das pessoas, não quero pensar assim mas o que sou hoje é o resultado do que vivi, olho a pureza das  crianças e sinto vontade de viver seu mundo, pois é na simplicidade delas que encontro meu mundo verdadeiro mas eu cresci. Não gostaria de ter crescido. A menina sofre. A menina grita. A menina quer dormir para esquecer o hoje e acordar  amanhã muito leve, acreditando que terá mais um dia lindo, um mar à sua volta, um sorriso bonito de alguém que venha dizer bom dia.

                 Esperar a cada noite que o dia chegue e que mais um dia se vá no final da tarde não é poesia, é real e assusta. Quisera eu não saber de nada, apenas sentir e partilhar e dividir somente o sentimento bom, o sentimento puro, a leveza da vida  e do meu sorriso, sem maldade, apenas bondade em viver. Gostaria de poder acreditar no coração de todas as pessoas, mas não posso, somente a minha poesia pode, eu não... Meu canto, meu amigo, minha essência e meu sonho estão aqui, é aqui  que eu sou. Na minha poesia. Apenas sou.

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