sexta-feira, 11 de outubro de 2013

CARNAVAL NA PRAIA (crônica)

Carnaval na praia

                  No início de 2013 a família do meu ex-marido decidiu que iria passar o feriado de carnaval  em uma praia do Paraná. Tudo estava bem organizado e programado. No entanto, um imprevisto aconteceu e dias antes tive isquemia, um tipo meio bobo de AVC que apenas paralisa um lado do corpo por alguns minutos sem rompimento de veia no cérebro, só que o tratamento é o mesmo do danado AVC  e tive que ficar internada. Para a família foi um desespero só, até hoje não sei se foi por minha saúde ou pela viagem que  talvez seria cancelada.  Os dias se passaram e o susto também.

              Na madrugadinha de sábado  a família seguiu viagem: sogro, sogra, cunhadas, cunhados, sobrinhos, sobrinhas, namorado de sobrinha e duas crianças. Eu e meu ex fizemos a loucura de comemorar a saída do hospital viajando também, porém, no final da tarde de sábado..

              A família ficaria hospedada em uma pousada de um conhecido meu por um precinho razoável. Chegando lá os parentes tiraram todas as bagagens dos carros, equipamentos de praia e coisa e tal, felizes da vida.  Ao entrar nos quartos da pousada depararam com os colchões embolorados, mofados e mal cheirosos dado à semana inteira  de chuva, inclusive o piso ainda estava molhado pois o vidro de uma janela estava quebrado e foi fácil fácil para a chuva entrar. Em seguida, deu-se início às reclamações, e é evidente que meu querido nome ficou em destaque.  Todos ficaram no mesmo quarto que mais parecia quarto de exército: beliches pra todo lado, uma vez que a pousada também hospedava excursão de alunos. A cozinha então, nem se fala, sem privacidade e conforto para a cozinheira da família e aí a continuidade de  mais reclamações. E meu nomezinho... . Resolveram então procurar outro lugar para ficar. Andaram na chuva e à noitinha encontraram uma pequena casa a contento de todos, nos fundos de outra residência onde morava a dona da casa. E mudança e  pega bolsa daqui, pega mala dali e aí bagunça total. Conta acertada, devolução de dinheiro. Outra casa. Família feliz. Crianças felizes. Para lá foram todos...

               Quando meu marido e eu chegamos à noite todos estavam acomodados. Se a casa já era minúscula para os que lá estavam, imagine como ficou após nossa chegada. Novas adequações. Acertos com colchões no chão, cada casal em seu canto, cozinha virou quarto, arrumações, barraca no quintal, chuva, frio e nada de calor na sonhada praia... Hora de dormir mas antes, hora do banho e hora do susto, a água do banheiro não descia pelo ralo, e vaso sanitário somente para a necessidade líquida... tudo virou um faz de conta. Noite mal dormida.

                 No dia seguinte, aconteceu o inesperado: a água do piso do banheiro havia aumentado o seu volume e molhado alguns colchões, havia chegado no quarto e o mal cheiro ficou insuportável. Então a coisa complicou: água de esgoto voltando e a gente nauseando. A proprietária  da casa foi chamada e nada de resolver a situação... e esgoto voltando.. e a gente nauseando... manhã... tarde e situação insustentável e insolúvel. Discussão com a dona da casa, a família querendo sair e a dona da casa não querendo devolver o dinheiro que já havia sido pago.

                Chegou o final da tarde de domingo  e... novamente outra procura por casa na praia e chuvinha e cara feia pra todo lado. Debates, conversas, acordos: uma casa próximo dali foi alugada para nós. Novamente... a mudança, agora  feita a pé, bolsas, malas e colchonetes carregados nas costas e barracas, cadeiras, guarda-sóis  e mantimentos carregados nos braços e na cabeça pela rua a fora... fila indiana, imitação de formiguinhas carregando suas coisas. Para a nova casa.

                 O tempo passou, chuvisco chegou e o grande domingo sem sol, sem praia. A noite trouxe a maresia e ao longe o barulho da maré alta . O banho de mar ficara para o dia seguinte.

               A segunda-feira amanhecera linda. Manhã de sol, toda a família feliz, banho de mar, pés na areia, pulinhos nas ondas e  alegria total. O dia foi longo mas passou rápido também. A terça-feira de carnaval chegou e chegou também a hora de arrumar a bagagem novamente para  subir a serra. Uma viagem de quase quatrocentos quilômetros de volta para casa foi feita com um gostinho não muito bom de curtir carnaval na praia.





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